1989...
- bom... Kaneda... eu terei de demiti-lo, mas não é por que você deixou a mangueira molhar a Sra.Ishinori. – diz um senhor de idade, com o cabelo bem bagunçado, óculos de graus arredondados, usando uma camisa branca, causa e sapato de couro marrom e uma jaqueta do mesmo material e cor.
- não? por que então? – pergunta o rapaz, com cabelos grandes e negros, de olhos da mesma cor, usando um uniforme escolar da época.
- eu irei viajar para a Grécia em uma expedição pela caixa de Pandora. - dizia o doutor ajeitando a jaqueta com orgulho, ele logo repara que Kaneda nem se movera. ele concerta os óculos e continua a falar - er... então... é isso.
- droga... e agora doutor? eu estou pra entrar de férias... eu precisava de um emprego assim.
o professor olha atentamente para Kaneda, que fica meio assustado.
- Kaneda... Você gostaria de ser meu assistente nessa expedição?
- o senhor quer dizer...
- viajar até a Grécia com o senhor?
- sim!!
- SUPIMPA!!!!!!! eu quero sim, quero muito, me leva velhote!
- tudo bem, mas teremos de conversar sobre essa mania de me chamar de velhote.
Abertura: -
https://www.youtube.com/watch?v=PWZEoBloNFMDiary 02 – A caixa de Pandora
Grécia, 1989, escavadores exploram um antigo templo grego, estão todos cavando, quando de repente, Kaneda aparece correndo. Ele esbarra no Dr.Slump que o para.
- o que houve, Kaneda?
- Hã?! Ah, é você velhote, nós temos que correr rapidamente daqui.
- por que?
- o doutor promete não brigar comigo?
- Hm... O que você fez agora?
- primeiro promete que não vai brigar comigo, velhote.
- tá, tudo bem, não brigo... e Kaneda...
- sim?
- PARA DE ME CHAMAR DE VELHOTEEEEEEE!!!!!
- er... desculpa doutor.
- hunpf! – diz Slump ajeitando os óculos e sua jaqueta – agora me diga, o que foi que você fez?
- ah, nada demais, eu apenas... er.. – Kaneda olha para o doutor que esperava sua explicação, ele então diminui o volume de sua voz, ficando quase que mudo – eu apenas deixei cair um dinamite e o local vai pros ares...
- é o que? Fala mais alto, o que houve?
- deixei cair um dinamite e o local vai pros ares... – diz ele ainda baixo.
- fala direito garoto!
- DEIXEI CAIR UM DINAMITE E O LOCAL VAI PROS ARES! Pronto, falei... – diz ele se encolhendo pensando que iria apanhar.
- ah!! mas se era som.... O QUE?! VOCE FICOU LOUCO?!!!!!
- doutor, olha o coração doutor, desculpa... por favor, foi... foi...
- FOI O QUE IDIOTA?! PESSOAL! VAMOS SAIR DAQUI, O KANEDA DEIXOU UM DINAMITE CAIR!!!!!!
Todos ali começam a correr para a saída, o local virara um centro de muvuca e desespero. Kaneda leva a mão à cara.
- é... agora escafedeu-se tudo! A culpa virá pra mim, já to vendo, eu só me dou mal! Supimpa! Obrigado doutor.
Depois de algum tempo, o templo explode, causando um grande levantamento de poeira. Logo ela se abaixa, o doutor e Kaneda andam pelos destroços gritando pelos escavadores, alguns respondem e os dois os ajudam a saírem debaixo dos escombros.
- vocês estão bem? – pergunta o doutor.
- sim, estamos. – respondem eles um de cada vez.
- desculpa por isso pessoal.
Eles olham com raiva para Kaneda que fica sem graça e com medo. Mas o momento é quebrado quando um dos escavadores grita pelo doutor. Todos correm até lá, ao olharem bem, eles vêm uma caixa preta com detalhes prateados e um ruby no meio.
- senhores e... Kaneda – diz o doutor ainda chateado com o garoto – eu lhes apresento a caixa de Pandora.
Duas semanas depois... Japão, Doutor Slump inicia suas pesquisas para abrir a caixa, enquanto que Kaneda volta às suas atividades normais. Era manhã, bem cedo, quando Kaneda entra na sala de aula. Logo que entra, alguém grita pelo seu nome, era Sayuri Yamamia, sua colega de classe, amiga e amada secreta.
- O-oi Sayuri...
- ainda me chamando assim? Ai ai ai, depois de tanto tempo de amizade Kan Kan?
- er... – ele fica vermelho, Kaneda era tímido quando gostava de uma garota e ficava sem graça fácil, ele começa a se atrapalhar todo e acaba deixando o material cair, Sayuri ria daquele jeito estabanado, ela não fazia idéia dos sentimentos de seu amigo e achava que ele era daquela forma mesmo. Kaneda se abaixa para pegar o material quando por trás dele chega outra pessoa: Uzumaki Akira, seu melhor amigo. Ele dá um beliscão na bunda de Kaneda que se assusta e pula. Ao fazer isso, ele mete a cabeça na mesa e cai.
- hã?! Tinha que ser você, né Akira-kun? – diz ele olhando torto para o amigo – eu já pedi pra você não fazer mais isso.
- ahhhh!!!! Que isso, Kaneda-san! – dizia ele encostando a cabeça no ombro de Kaneda e apertando o braço do amigo – eu achei que você gostava! – ele movimentava as pálpebras rapidamente.
- sai fora! Para com isso! – dizia Kaneda o empurrando e correndo dali. Akira ria. Ele olha para Sayuri.
- você ainda vai apanhar por causa dessas bricadeiras, Akira.
- ah, qualé! Vai proteger o amado, é?
- que?! – diz ela meio sem graça e fechando os olhos, Sayuri se levanta e dá um soco na cabeça de Akira – QUE AMADO O QUE?! NÃO FALE BESTEIRAS, OK?! EU E KANEDA SOMOS APENAS AMIGOS! HUNPF!
- tá bom! Tá bom! Desculpa, eu vou fingir que eu acredito! – responde Akira dando língua pra Sayuri.
- e depois... o Kan Kan não me vê desse jeito. – diz ela olhando para Kaneda que a olha, sorri e cai da escada da sala. Sayuri ri. – ele é muito bobão ainda pra ver certas coisas.
- pois é, então, Sayu-chan! Por que você não aproveita o momento de realidade e me dá um chance, hein?
- eu? E você?
- é...
- hm... – Sayuri se aproxima bem perto da boca de Akira, passa o dedo no nariz dele, sorri e depois fica séria – nem se você fosse o ultimo homem da terra.
Ela sorri novamente e se levanta indo até Kaneda que ainda estava caído no chão. Algumas horas se passam, as aulas acabam, Kaneda e Sayuri saem de lá e vão correndo até o auditório, onde um de seus professores, Prof.Zang defendia sua tese perante um jurado muito rígido. Porém, já era tarde, eles chegam na hora que os juízes lhe dão o resultado.
- bom, a sua tese é muito interessante Prof.Zang.
- sim, ficamos realmente compenetrados e achamos muito bem desenvolvida.
- sim? – diz Zang – mas?
- mas é simplesmente ridículo achar que um dia isso poderia ser possível.
- onde já se viu, hein?
- um professor, um físico como o senhor, defender uma tese onde seres de outra realidade existam e que poderiam vir para cá! Hunpf! apesar de coesa, o senhor só pode estar louco!
- nunca mais comente sobre isso, ou perderá o seu emprego, entendeu bem, Prof.Zang?
- si-sim, entendi. – responde o professor completamente triste. Os juízes pegam seus documentos e pastas e se retiram do auditório, o professor senta por um instante lá e Kaneda e Sayuri se aproximam.
- professor... o senhor está bem? – pergunta Sayuri.
- hã?! Ah! são vocês crianças, bem...
- não precisa dizer professor. – interrompe Kaneda – nós também não ficaríamos se escutássemos criticas assim, se o senhor quer saber, esses juízes não passam de imbecis!
- é isso aí professor! – concorda Sayuri – se eu pudesse, eu arrebentava a cara desses juízes.
- hehe – sorri o professor forçadamente – obrigado pelo apoio crianças, mas... não iria adiantar nada, minha tese é um lixo mesmo, tenho de encarar a realidade.
O professor se levanta e vai embora, Kaneda e Sayuri estavam tristes. Não podiam ver seu professor favorito daquele jeito. Os dois se olham.
- você tá pensando o mesmo que eu, Kan Kan?
- é... estou sim!
Os dois sorriem e saem dali. Na casa do Doutor Slump, ele se levanta gritando "eureca". Ele havia descoberto uma forma de abrir a caixa. Ele se aproxima dela e então uma aura negra a envolve, os olhos de Slump brilham e então ele para. Abre a mão, e dela surge uma chave.
- Akmandah... a chave das trevas.
Ele encaixa a chave na fechadura da caixa e então um brilho muito forte emana de dentro dela. Um vento bate forte empurrando Slump que volta a si.
- Meu Deus... o que foi que... o que foi que eu fiz?!
Uma sombra forma um rosto maligno que sorri para Slump e uma voz lhe atinge os ouvidos dizendo "Obrigado, humano". Sombra então some dali.
- meu deus... eu... eu... libertei todo o mal sobre a terra, no que eu estava pensando. Eu... eu... eu tenho que fazer alguma coisa.
O doutor se levanta e pega o telefone, ele liga para Kaneda.
- alô? Doutor? Que bom lhe escutar, desde a volta que não nos falamos, o que houve?
- Kaneda, onde você está? Eu preciso de você... eu... eu...
- calma doutor, o que houve? O senhor parece aflito?
- quem é, Kan Kan? – pergunta Sayuri que estava com ele.
- é o Dr.Slump, aquele com quem eu viajei atrás da caixa de Pandora, sabe?
- ah sim, o que ele quer?
- não sei! Parece aflito, calma ai. Diga velhote, o que houve?
- eu... eu fiz besteira, Kaneda, onde você está? Venha pra cá, rapidamente.
- agora? Doutor, eu não posso, o Professor Zang está mal, eu e Sayuri planejamos algo para ver se ele se anima, depois disso eu vou prai, ok? abraço.
- o que?! Alegrar o Prof.Zang? Kaneda! Não... a coisa é séria... Kaneda, eu...
Kaneda desliga o telefone e sorri para Sayuri que retribui da mesma forma. Slump estava sozinho. Sem saber o que fazer, ele precisava pensar o que poderia acontecer, ele sabia que aquela criatura dentro da caixa iria atacar, mas quem? De que forma? O que um espírito maligno faria primeiramente? Após algum tempo, Slump chegara à conclusão de que aquilo procuraria um hospedeiro. Mas quem? Ele se lembra que Kaneda disse sobre Prof.Zang.
- espera aí, a casa de Zang não fica muito longe daqui, ele ia apresentar sua tese hoje, se ele está pra baixo, muito provavelmente deve estar sentindo raiva... então... MEU DEUS. Kaneda e Sayuri estão indo pra lá!
Slump pega suas coisas e sai correndo. Não muito longe dali, Prof.Zang estava furioso, ele não podia acreditar que após tanto tempo, ele tinha passado por aquela humilhação.
- depois de tantos anos... eles... eles... cuspiram e riram da minha cara, malditos! Eles... eles...
- eles vão pagar, não é o que estava pensando?
- o que?! Que-quem está aí?
- aquele que tornará possível o seu maior anseio!
- o meu maior... anseio?
- exatamente! Qual é o seu maior anseio, Zang?
- eu não sei! Não sei do que está falando! Oh meu deus, é isso! Eu estou enlouquecendo, hahaha, só pode ser... é a única explicação pra eu estar escutando essas vozes todas!
- enlouquecendo? Tem certeza? Hauahuahua, acho que não, Zang! Vamos, olhe bem para o seu espelho, o que você quer fazer? Me diga!
- eu... eu quero... eu quero...
Zang se olha bem para o espelho, ele sabia o que queria naquele momento, Controlar a vida humana, poder estudá-la e fazer o que quiser com ela. ele abre um sorriso meio de lado e então tudo parecia escurecer em sua volta, ficando apenas iluminado o seu rosto, deixando um ar mais sombrio. Esse momento é interrompido por uma campainha que tocara de repente. Ele caminha até a porta e a abre. Eram Kaneda e Sayuri.
- hã?! Vocês dois? O que querem aqui?
- bom... professor é que...
- nós não agüentamos ver o senhor daquele jeito e resolvemos ver como o senhor está e lhe trazer esse pedaço de bolo.
- hm... – Zang olha atentamente para os dois, dá a volta neles, deixando os dois um pouco assustados e então abre o sorriso de lado novamente – venham, crianças, por aqui, vamos comer este bolo juntos.
Eles entram na casa, Zang vai até a cozinha e pega uma faca. Os dois ficam conversando na sala. Kaneda e Sayuri se olhavam, quando de repente percebem um movimento. Kaneda joga Sayuri para um lado e a si mesmo para o outro. A faca passa batido entre os dois. Eles olham para a cozinha e vêm Zang com um olhar completamente diferente do normal.
- hã?! Professor... o que está fazendo?
- nada... eu apenas quero saber qual é o gosto do pecado de vocês... e pra isso, eu preciso matar vocês! Hahahaha.
- o... o que está falando? – pergunta Kaneda assustado.
- professor – dizia Sayuri – o senhor está perturbado, pelo dia de hoje, não faça nada de que pode se arrepender.
- não me venham com bobagens! Fiquem quietos e morram!!!
Kaneda puxa Sayuri e correm em direção à porta, no entanto, uma fumaça esverdeada passa por eles e os fazem cair.
- droga... eu... eu... não consigo me mexer!
- nem eu... e agora Kan Kan?
- Sayuri... eu...
A porta se abre naquele exato momento e então Slump aparece. Ele dá um tiro no braço de Zang e pega Kaneda e Sayuri.
- hã?! Velhote?
- pare de me chamar assim... vocês dois estão bem?
- sim, mas... o que houve com o professor?
- Zang... ele foi dominado pela caixa.
- o senhor quer dizer... a caixa de Pandora?
- perai gente, do que vocês estão falando?
- depois a gente explica! Venham, temos que sair daqui.
Os três correm para dentro do carro de Slump que acelera ao máximo e sai de lá. A porta da casa de Zang voa para frente destruindo outra casa. Zang finca suas unhas em seu rosto e o puxa como se fosse uma máscara de borracha. Uma luz surge em volta de seu corpo e então ele toma a forma de uma Maria fedida humanóide. O monstro abre as asas e levanta vôo. Dentro do carro, Slump explica tudo aos dois.
- então quer dizer que o professor Zang se tornou uma criatura do mal?
- sim.
- eu acho que não entendi direito, mas... fico feliz que conseguimos escapar.
- ainda não. – diz Slump.
- que quer dizer velhote?
- grrr... de qualquer forma, com certeza aquele Zaiaku não vai nos deixar ir assim. Ele tentou matar vocês e eu atirei nele.
- peraí! Zaiaku? (nota: Zaiaku, é um dos significados para Pecado em japonês)
- sim, é como chamam as criaturas viventes na caixa de Pandora, elas são fruto de todo o mal do mundo. E agora estão livres por ai, por minha culpa, se eu não tivesse ido atrás disso.
- doutor, o senhor não tem culpa de nada.
- é doutor, não fique assim.
- obrigado gente, mas é responsabilidade minha ir atrás disso.
Slump olha furiosamente para frente. Porém, os três são surpreendidos por uma bola de energia que atinge o carro que começa a girar e bate em uma árvore. Slump acorda meio atordoado, assim como Kaneda.
- velhote, o senhor está bem?
- sim, estou, mas Kaneda, para de me chamar de velhote...
- hehe! Espera aí... Sayuri, você está... hã?! Sa-Sayuri?!
Sayuri parecia machucada, ela tinha sangue na testa e estava desacordada. Kaneda chuta a porta do carro e a retira. Slump e ele correm de perto do carro que explode. Os dois param em um quintal. Kaneda não sabia o que fazer, ele sentia raiva, Sayuri não acordava de forma alguma. Ali, para o Zayaku.
- olá! Olá! Acharam que iam escapar é? Hahahahah.
- Zayaku!!! – grita Kaneda correndo em direção do monstro.
Slump tenta impedir Kaneda, mas não consegue. Este, dá um soco no Zayaku que leva um susto. O monstro não podia acreditar em tamanha força. Kaneda dá um salto e chuta o monstro que chega para trás. Sua raiva era tão grande que assustara o monstro.
- hahahah! É incrível, estou impressionado com essa fúria toda. É um lindo pecado. Vou adorar me alimentar dele.
- você quer se alimentar dele, é? Então vem aqui!
Kaneda corre em direção ao carro destruído. O Zayaku voa em direção de Kaneda que pula fazendo o Zayaku ir direto para os fios em curto. O Zayaku é eletrocutado e começa a gritar agonizantemente. Ele começa a se tornar vapor, até ser uma nevoa negra que desaparece dali. Kaneda cai sentado no chão.
- finalmente, acabou. Ufa.
- não, está apenas começando, Kaneda! Algo me diz que ainda iremos encontrar Zang. Eu posso precisar de ajuda, você foi muito corajoso, o que me diz?
- como está Sayuri?
- está bem, ele apenas desmaiou com a queda. Vem, vamos leva-la pro hospital.
No dia seguinte, Sayuri acorda no hospital, achando que tudo fora um sonho. Kaneda a deixa acreditar naquilo e fica feliz em vê-la bem. Ele se levanta e sai do quarto onde acaba se encontrando com Slump.
- velhote, veio ver como estava Sayuri?
- na verdade, eu vim saber a sua resposta, e então? Topa?
- se você fizer meus trabalhos...
- Kaneda...
- hehehe, não custa nada tentar, né?
- e então? O que me diz?
- pode contar comigo, velhote.
- velhote... de novo. Grrr...
cc...
Vire as páginas, veja o que acontece...
Slump e seu assistente, Lang resolvem observar Satoshi mais de perto no intuito de encontrar Destiny. Satoshi estava animado, afinal, era dia de comemorar a virada do ano. Porém, sua festa pode ser estragada por alguem muito próximo a ele: sua amiga Hyori. É a historia sobre o destino sendo escrita! Diary 03- Desencontros